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"Escrevo muitas canções, entre vinte a trinta, por disco e só um terço é que vai para o álbum. E outros dois terços nem sequer vão para a mesa de mistura, são só Demos. Foi um truque que eu aprendi com os THE CURE. Li uma vez uma entrevista com o ROBERT SMITH que dizia que o produtor deles os obrigavam a ir para estúdio com três vezes mais canções do que aquelas que entrariam no disco. Porque se só tivessem dez canções não tinham termo de comparação e considerei que isso era muito inteligente do ponto de vista de organização de trabalho e de ambição em perseguir um melhor resultado."


Uma entrevista extensa de David onde fala de vários pormenores do lançamento de "Lost and Found | B-sides and Rarities", podes lê-la AQUI.

Não é segredo que uma das coisas que mais gosto de fazer dentro desta profissão maravilhosa que é a música é tocar as canções dos outros. Não há nenhum músico na terra que tenha começado a tocar um instrumento sem primeiro aprender com aqueles que o ensinaram a ouvir. Lembro-me que quando peguei na guitarra com 16 ou 17 anos, queria aprender as canções todas dos Pixies e dos Prefab Sprout. No entanto, os Prefab Sprout eram muito complicados para um iniciante, e foi por isso que me dediquei a aprender a tocar as canções punk-rock dos Pixies na minha guitarra EKO. Como não soava a nada do que eu pretendia, tirei-lhe as cordas de nylon e substituí-as por cordas de aço, o que acabou destruir a guitarra no espaço de 2 anos. Nunca usei uma palheta porque nunca ninguém me disse que era suposto. Ainda hoje não sei usar uma.


Tocar as músicas dos outros é um prazer para qualquer músico. É como voltar onde já se foi feliz sem ter ninguém por cima do nosso ombro a chatear-nos com clichés derrotistas. Há quem diga que as versões geralmente destroem os originais, mas eu acho que não há nenhum músico que não se sinta lisonjeado por ouvir as suas canções nas vozes e instrumentos de outros. Eu já fiz centenas de versões ao vivo e já gravei algumas em disco, mas é sempre um prazer quando me convidam para voltar a fazê-lo. Foi o que aconteceu na última semana, por duas vezes.


Primeiro aconteceu no programa da manhã da Rádio M80 onde cantei uma das mais impressionantes vozes dos anos 80, um clássico absoluto que recomendo a toda a gente. Foi também uma das canções que aprendi a tocar quando comecei a aprender guitarra e foi com um enorme prazer que voltei a ela. A canção? "Baby, Can I Hold You" de Tracy Chapman.


O original:











A versão:


Dias mais tarde, fui convidado para surpreender a equipa das manhãs da Rádio Comercial no Dia Mundial da Música. A ideia era cantar uma canção para que a equipa adivinhasse quem estava no estúdio a fazê-lo. Escolhi uma canção que ouvi vezes sem conta há 2 verões atrás e que fugia muito à ideia de uma versão acústica: "Something Just Like This" dos Chainsmokers com os Coldplay.


O original:











A versão:


Apesar de adorar fazer versões, raramente memorizo os acordes das canções dos outros. Em reuniões de amigos, raramente pego na guitarra porque, na realidade, só sei tocar as minhas canções. E não todas, porque são muitas. E como a última coisa que quero é acabar a cantar as minhas canções numa festa de amigos, escondo as guitarras todas antes de alguém entrar em casa. Prefiro o Karaoke, essa arte popular que nunca desilude ninguém.


“SEASONS: FALLING” - 8 ANOS V


Para fechar a comemoração dos 8 anos da edição de “Seasons: Falling”, aqui ficam as imagens inéditas da gravação de “Monday, Tuesday, Wednesday, Thursday” com a talentosíssima Mallu Magalhães. Conhecemo-nos através de um convite do Rock in Rio para uma colaboração ao vivo no Palco Mundo e acabei por convidá-la a fazer parte do meu disco. Foram dias bonitos entre ensaios, palcos e estúdio, a fazer lembrar que a música tem o condão de juntar universos artísticos diferentes e sair de lá com algo de novo.

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