Iniciei esta canção a partir de um excerto de Mozart (Sinfonia 40 em Sol Menor), algures a tocar num salão vazio de uma casa antiga. Habitada por fantasmas e histórias do passado, a canção evoca as ideias de perda e desilusão num certo tom confessional, com o som de passos a percorrer quase todo o tema, a andar em frente enquanto se olha para trás.
Neste episódio pude contar com talentos excepcionais: o actor Joaquim Monchique, aqui a personificar uma das figuras que habitam o meu imaginário mais autocrítico e corrosivo, os bailarinos Tiago Lobo e Ana Luísa Oliveira a lançarem-se intensamente pelo salão onde Mozart repete as suas notas e a bailarina/coreógrafa Filipa Peraltinha, que contracenou comigo no segmento escrito e realizado por André Tentúgal. Um conjunto de talentos incríveis reunidos neste episódio de “Living Room Bohemian Apocalypse”, a abrir mais uma porta do meu palácio emocional.